Os 5 erros mais estúpidos cometidos por pilotos que causaram acidentes aéreos

Veja como alguns erros bobos causaram alguns dos mais famosos acidentes aéreos.

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Embora a aviação, sobretudo a comercial, seja cada vez mais segura, acidentes aéreos podem acontecer.

Há uma estatística na aviação dizendo que em média são necessários 5 fatores para causar um acidente aéreo, por isso é tão difícil a investigação de um acidente deste tipo.

No entanto, na maioria deles existe falha humana. Em alguns, de forma bem clara, como nos 5 exemplos deste artigo e em outras, por falhas da aeronave, mas que não foram corrigidas de acordo com o manual do equipamento e do treinamento recebido pelos pilotos.

Então acompanhe abaixo os 5 erros mais estúpidos cometidos por pilotos que causaram acidentes aéreos.

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5º Lugar – Uma vírgula no lugar errado e um pouso forçado no meio da selva amazônica

acidentes aéreos

O voo Varig 254 partiu da cidade de Marabá em 03 de setembro de 1989 em direção a Belém, capital do Pará. Mas ao invés de voar em direção ao Norte, a aeronave seguiu a oeste.

Quando os pilotos perceberam o equívoco, tentaram corrigir o erro, mas já estavam perdidos e, com o combustível chegando ao fim, tiveram que fazer um pouso de emergência em plena selva amazônica.

Os pilotos receberam o plano de voo indicando 0270, isso significava 027,0 graus, mas o piloto equivocadamente entendeu 270º. Esse erro fez com que a aeronave fosse conduzida a oeste em vez de norte, que seria o certo se ele tivesse entendido corretamente os 027,0º.

Neste acidente, morreram 12 das 54 pessoas que estavam a bordo.

4º Lugar – O piloto que desligou um instrumento de segurança

Na noite de 29 de setembro, o Boeing 737-800 da Gol, que fazia a rota Manaus/Brasília, colidiu com um jato executivo Legacy sobre os céus de Mato Grosso. 

Embora o jato executivo tenha um porte muito menor, este conseguiu rumar até a Base Aérea do Cachimbo, distante 160 km do local onde as asas dos dois jatos se tocaram.

Já o Boeing 737-800, com 154 pessoas a bordo, teve uma de suas asas decepada e despencou em espiral na escuridão, caindo em mata fechada, matando todos que estavam a bordo.

Este acidente foi o mais letal da aviação brasileira até então, superando o voo VASP 168 e sendo superado já no ano seguinte pelo voo TAM 3054.

As investigações concluíram que os pilotos do Legacy desligaram o transponder, um equipamento de segurança obrigatório que informa a posição e altitude das aeronaves aos controladores de voo, e o TCAS, que mostra ao piloto a existência de outros aviões nas proximidades, imprescindível para evitar colisões durante voos.

Pilotos do Legacy, os estadunidenses Joseph Lepore e Jan Paul Paladino, foram condenados pela justiça brasileira, são considerados foragidos, mas a justiça norte-americana fez pouco caso e os dois seguem em liberdade, 16 anos depois. 

Veja também: Tudo sobre as funções dos(as) comissários(as) de bordo

3º Lugar – Arrogância e pressa não combinam com aviação

Embora a culpa por esse acidente possa ser dividida entre o piloto de uma das aeronaves e os controladores de voo, a pressa e a arrogância do experiente piloto holandês Jacob van Zanten foram determinantes para essa tragédia de grandes proporções.

Domingo, 27 de abril de 1977,  diversas aeronaves de grande porte estavam no pequeno Aeroporto de Los Rodeos, em Tenerife, na Espanha.

Essas aeronaves haviam sido desviadas do aeroporto de Las Palmas – muito maior – após uma ameaça terrorista de bomba.

Depois de um certo tempo, e com um pequeno caos se formando no pequeno aeroporto, a notícia de que o aeroporto de Las Palmas havia sido aberto, fez com que os pilotos de todas as aeronaves começassem a se preparar para decolar dali.

Por conta do denso nevoeiro, aeroporto pequeno, falhas na comunicação e da pressa e arrogância do piloto do KLM, este iniciou o procedimento de decolagem, ainda com outra aeronave de grande porte na pista.

Na verdade eram dois  aviões do mesmo modelo, Boeing 747, a maior aeronave comercial daquela época. 

Durante o deslocamento em alta velocidade preparando para decolar, o KLM chocou-se contra a aeronave da PAN AM.

Eu escrevi um artigo falando sobre este, que é até hoje, o maior acidente aéreo da história.

2º Lugar – O piloto que quis economizar e causou um dos acidentes aéreos de maior comoção

Esse voo ainda está muito vivo na memória dos brasileiros, por ter sido recente, por conta da grande comoção nacional que se deu por ter envolvido um time de futebol e também pela estupidez e ganância do piloto e dono da empresa aérea.

O voo Lamia 2933 saiu de Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia, com destino à Medellín, na Colômbia na noite de 28 de novembro de 2016, levando como passageiros, a equipe de futebol da Chapecoense, que disputaria a final da Copa Sul Americana.

Além dos jogadores, estavam na aeronave, membros da comissão técnica, dirigentes do clube, além de alguns repórteres e os tripulantes, totalizando 77 pessoas a bordo.

O acidente ocorreu a poucos quilômetros do aeroporto de Medellín, quando a aeronave já havia iniciado o procedimento de aproximação e pouso. 

Segundo a conclusão das investigações, a aeronave não teve combustível suficiente para chegar até ao aeroporto e, por apresentar uma “pane-seca”, seus motores deixaram de funcionar.

Segundo o fabricante da aeronave, com aquelas condições – quantidade de passageiros, mais o peso das bagagens – a autonomia de voo era de 2.965 km e a distância a ser percorrida naquele voo era de 2.975 km.

O mundo do futebol prestou diversas homenagens à Chapecoense e o Nacional de Medellín, cedeu o título à equipe catarinense.

Uma aeronave comercial, precisa ter combustível suficiente para chegar ao seu destino e mais uma quantidade extra, para rumar a um aeroporto de alternativa, caso qualquer imprevisto ocorra no aeroporto, que impeça a aterrissagem;

Para cumprir tal especificação técnica, o piloto do LaMia 2933, deveria fazer uma parada técnica, para reabastecimento na cidade de Cobija, na Colômbia, mas o piloto e um dos sócios da empresa, decidiu arriscar e levar o avião até Medellín.

Só que pousos e decolagens gastam mais combustível, além do que, quanto mais leve a aeronave, menor o consumo. Com o propósito de economizar combustível e tempo, o piloto tomou uma decisão que ceifaria a vida de quase todos a bordo, inclusive a sua.

A estupidez nesse caso, é que o piloto resolveu economizar alguns dólares da sua empresa, não colocando somente outras vidas em perigo, mas a sua também.

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1º Lugar – Adolescentes no comando de uma aeronave comercial

Era março de 1994 e o AirBus A310 da empresa estatal russa Aeroflot fazia uma rota entre Moscou e Hong Kong com 63 passageiros, 9 comissários de bordo e 3 pilotos.

Dentre os passageiros, estava o casal de filhos do comandante Yaroslav Vladimirovich Kudrinsky – seu filho Eldar, de dezesseis anos, e sua filha Yana, de 12 anos. 

A presença dos dois adolescentes a bordo daquele voo, selaria para sempre o destino de 75 vidas.

O voo que teria duração de 10 horas e transcorria normalmente, já tendo voado cerca de 4 horas, estava se aproximando do final do território ruuso, próximo da fronteira com a Mongólia, quando o experiente piloto teve a ideia de convidar seus filhos à cabine.

O comandante Kudrinsky perguntou se a filha queria sentar-se em sua cadeira, para pilotar o avião, o que a menina respondeu afirmativamente. Após mexer no manche e o avião fazer algumas curvas programadas pelo pai, a menina cedeu o lugar de comando ao seu irmão.

O filho Eldar, de 16 anos, estava muito mais empolgado com tal experiência do que a menina que acabara de “pilotar” a aeronave e perguntou ao pai se poderia virar o manche só mais um pouquinho, o que o pai permitiu.

A grosso modo falando, ao inclinar um pouco mais o manche, o piloto automático foi desconectado, sem que nenhum dos 3 pilotos da cabine percebesse, afinal o copiloto estava filmando as peripécias dos filhos do comandante.

O avião começou a fazer a curva em órbita (procedimento de espera quando a aeronave voa em 360 graus no ar, geralmente aguardando autorização para aterrissagem).  Por conta da escuridão, os pilotos não perceberam que a aeronave não estava nivelada ao horizonte.

Quando notaram que a aeronave já estava bastante inclinada lateralmente, as forças gravitacionais começaram a se fazer sentir, o que impediu que o comandante retornasse ao seu lugar imediatamente. 

Para completar, o copiloto que tinha baixa estatura, estava com seu assento bastante recuado para filmar melhor o rapaz e não conseguia alcançar e atuar corretamente os controles.

A partir daí houve muita confusão na cabine, com gritos e comandos desencontrados, enquanto o avião mergulhava totalmente sem comando em direção ao solo gelado da Sibéria.

Depois de muita luta contra as forças gravitacionais que atuavam na cabine, o piloto conseguiu retornar ao seu assento, e, embora tenham conseguido controlar a situação e nivelar o avião, já era tarde demais. 

A aeronave se chocou contra uma colina coberta de neve, próxima a pequena cidade de Novokuznetsk, próxima à fronteira com a Mongólia.

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