Doenças que podem ser causadas em viagens aéreas
Doenças que podem ser causadas em viagens aéreas.
Posso contrair alguma doença viajando de avião?
Sim, mas alguns cuidados podem ser tomados.
O ar que respiramos dentro de uma aeronave é retirado das turbinas e jogado para dentro da cabine de passageiros sob muita pressão e com umidade muito baixa, cerca de 10 a 20%.
Como sabemos e é constantemente noticiado pelos telejornais, principalmente nos meses de inverno, a umidade do ar quando atinge níveis muito baixos, a membrana nasal e vias aéreas superiores se ressecam e ficam extremamente suscetíveis ao ataque de infecções.
Agora imagina essa baixa umidade dentro da aeronave aliada ao fato de 100, 200, 300 pessoas ou mais estarem respirando o mesmo ar.
Tudo bem que a cada hora, o ar dentro da aeronave seja trocado de 20 a 30 vezes, mas mesmo assim os filtros do avião não conseguem coletar todos os germes, bactérias e vírus.
Segundo estudos do CDC – US Center for Disease Control, o vírus da gripe pode, por exemplo, se espalhar facilmente e atingir cerca de 70% dos passageiros de um único vôo, por isso durante a pandemia do novo Coronavírus o controle nos aeroportos foi bastante rigoroso, o que era perfeitamente justificável.
Que cuidados posso tomar para evitar contrair doenças durante um voo?
Além de todos aqueles conselhos que foram dados durante a pandemia do Coronavírus, como cobrir boca e nariz com lenço de papel ao espirrar ou tossir, lavar bem as mãos, evitar contato das mãos com a boca e o nariz e, no caso específico de viagens aéreas, levar uma garrafinha de água para beber durante o voo e usar soro fisiológico para hidratar as narinas.
Usar máscara também é recomendável, principalmente se você já sofrer de algum problema respiratório ou já estiver resfriado ou gripado.
Meu ouvido entupiu, o que faço?
Da mesma forma que, quando viajamos de carro e subimos uma serra, nosso ouvido começa a sentir os efeitos da altitude, viajar de avião também pode causar certo desconforto, principalmente por causa da pressurização da aeronave.
O que pode ser feito nesses casos é o mesmo procedimento da serra, abrir e fechar a boca como se estivesse tentando expulsar o ar dentro dos ouvidos.
A Otorrinolaringologia e a aviação.
A otorrinolaringologia é uma especialidade médica que cuida basicamente das doenças do ouvido, nariz e seios paranasais, laringe e faringe.
Aí você se pergunta, o que isso tem a ver com um site sobre viagens? Você vai saber se um dia voar com alguma inflamação, algum processo alérgico que esteja atingindo algum dos órgãos estudados pela Otorrinolaringologia.
Pronto, agora o caro internauta vai dizer: Mas este site não deveria estimular que eu voasse. Por que está me colocando medo?
Não, a intenção não é colocar medo em ninguém, somente alerta-lo, preveni-lo de algo que pode acontecer, é muito incômodo, dolorido, mas não mata ninguém.
Certa vez, em uma das minhas viagens estava bastante resfriado e na viagem de ida não senti nada demais, fiquei 4 dias em Buenos Aires com amplitude térmica muito grande (diferenças acentuadas entre a temperaturas máximas e mínimas).
Aliado a essa oscilação de temperatura, junta-se o fato de tomar banhos muito quentes, ligar aquecedor, quarto do hotel com carpetes. Pronto, coquetel explosivo para se instalar uma baita sinusite.
No vôo de volta tudo corria bem, quando ao iniciar o procedimento de descida – parece-me que o procedimento ocorreu de forma mais brusca que o natural – meus ouvidos deram um estalo, começaram a doer bastante e perdi uns 90% da audição, isso ocorre quando a equalização entre pressão interna e externa ocorre de forma muito rápida. Não conseguia ouvir o que falavam ao meu lado, os sons que ouvia pareciam vir de muito longe.
O que eu mais queria naquele momento era que o avião pousasse e tudo voltasse ao normal, mas isso não aconteceu imediatamente.
Desembarquei, fiz imigração, malas, alfândega, fui pra casa e nada da audição voltar ao normal (nesse momento uns 70% estavam comprometidos). Bom, pelo menos a dor e o incômodo passaram.
Chegando em casa tomei um banho, jantei, e, antes de dormir tomei um remédio. No dia seguinte nada mais fazia me lembrar da situação incômoda da noite anterior, a não ser pela sinusite que não foi embora assim tão fácil.
Ah, esse caso só não foi desesperador pois eu já havia ouvido diversas histórias como essas, de pessoas que já tinham passado por situações semelhantes, principalmente de quem trabalha na aviação.
Doenças que podem ser causadas em viagens aéreas – Trombose venosa profunda (TVP)
Também conhecida como síndrome da classe econômica, numa alusão à freqüência deste tipo de evento em passageiros submetidos a uma exigüidade de espaço que dificulta a mobilidade durante as viagens aéreas.
A expressão é, contudo, imprecisa, uma vez que a ocorrência de doença tromboembólica não é uma exclusividade dos passageiros da classe econômica. Além disto, a doença ocorre também em viajantes que utilizam outros meios de transporte, como carros e trens.
Ainda que não exista um estudo conclusivo, é inegável que algumas peculiaridades das viagens aéreas sugerem uma provável associação com doença tromboembólica, maior do que em outros meios de transporte.
A disposição dos assentos, em múltiplas fileiras paralelas, inibe até eventuais idas ao toalete e, de resto, não é aconselhável, por motivos de segurança, que os passageiros fiquem andando durante o vôo, o que facilita a imobilidade prolongada.
Além disto, o ambiente do interior das aeronaves, seco e com níveis baixos de pressão atmosférica e de oxigênio, favorece a desidratação, que é um dos fatores de risco para a doença tromboembólica.
O risco de doença tromboembólica (trombose venosa profunda e embolia pulmonar) é relativamente pequeno, considerando o número total de pessoas que viajam.
Contudo, em razão da possível ocorrência de embolia pulmonar, que pode resultar em morte durante ou logo após uma viagem, é importante que sejam observadas medidas preventivas.
Como evitar trombose em viagens de avião
Dizem que nossas panturrilhas são os “corações” das pernas, pois esses músculos têm papel importante no bombeamento de sangue das nossas pernas de volta para a parte de cima de nosso corpo, porém, ao contrário do coração de verdade, que funciona com contrações involuntárias, as panturrilhas precisam de uma “força” de vez em quando, exercitando-se, esticando-se, alongando-se.
Além de dar uma voltinha para se esticar de tempos em tempos, outras atitudes podem contribuir com seu conforto durante a viagem e praticamente eliminar o risco de TVP como:
🡪 Usar roupas mais folgadas
🡪 Não ficar muito tempo com as pernas cruzadas
🡪 Beber bastante água (sempre a água)
🡪 Não use sapatos apertados ou até mesmo tire seus sapatos enquanto estiver sentado (esta dica é válida somente se você tiver a certeza que dos seus pés ou sapatos estão livres de chulé, o que, claro, seria insuportável para seus vizinhos de viagem).
Leia também:
Boas maneiras ao viajar de avião
Conheça a sucessão de erros que causaram o maior acidente aéreo da história