Uruguai de carro. Paisagens incríveis, boas estradas, comida deliciosa e cordialidade!
Já pensou em conhecer o Uruguai de carro? Não? Nós pensamos, fomos e vamos te contar agora.
Uruguai de carro. Povo cortez, boas estradas e paisagens incríveis.
Viajar de carro para o Uruguai é algo bastante comum entre os gaúchos, mas não é uma prática muito conhecida por brasileiros de outras regiões.
No entanto, se viajarem duas ou mais pessoas, fazendo os cálculos direitinho, talvez seja até mais vantagem conhecer o Uruguai de carro do que ir de avião.
E posso te garantir que vale muito a pena, as estradas são boas, têm poucas curvas e as paisagens entre o campo e o mar são simplesmente espetaculares.
Então se você tem vontade ou o sonho de conhecer o Uruguai, que tal começar a se planejar e cogitar fazer a viagem de carro?
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Atravessando a fronteira do Brasil com o Uruguai
Se você sempre usou a expressão “do Oiapoque ao Chuí”, mas nem sabe onde fica o tal Chuí, saiba que é a cidade mais ao sul do Brasil e onde atravessamos a fronteira e tivemos o primeiro contato com os uruguaios.
Com uma cuia de mate na mão, o policial da imigração e alfândega uruguaia parece não se importar muito com nossa passagem, talvez pelo fato de muita gente fazer essa travessia diariamente entre as cidades fronteiriças dos dois países.
No entanto, como nossa intenção era adentrar “de verdade” no Uruguai, preenchemos os documentos de entrada e seguimos caminho sem qualquer aporrinhação.
Existem passagens por estradas entre o Brasil e o Uruguai por cinco cidades. São elas:
- Chuí
- Jaguarão
- Aceguá
- Santana do Livramento
- Quaraí
A escolha por qual delas entrar vai depender do local da sua partida do Brasil e por onde você quer começar sua viagem no Uruguai, pelo interior ou pelo litoral.
Como nossa programação era conhecer logo o litoral e depois o interior, seguimos de Chuí para Punta del Diablo, pouco mais de 40 km após a fronteira.
Primeira parada no Uruguai: Punta del Diablo
Punta Del Diablo é um povoado de pescadores que basicamente tem duas fontes de renda: a pesca, é claro, e o turismo.
As praias de lá são muito procuradas por surfistas, o estilo do lugar é bem pé na areia e a simplicidade e o aspecto selvagem, ainda pouco explorado, são os maiores charmes da região.
Bares descolados, casas de madeira e uma galera jovem e alternativa completam a vibe “roots”.
Como a intenção não era parar por lá, seguimos viagem até o próximo destino: Cabo Polonio.
Segunda parada: Cabo Polonio
Enquanto escrevo este texto, eu poderia dar um Control C + Control V na descrição de Punta del Diablo.
Cabo Polonio também é um vilarejo rústico de pescadores e artesãos, localizado no Departamento de Rocha, a 70 km de distância da cidade anterior.
Em seu litoral e em três ilhas próximas, as praias são pontos de repouso de famílias numerosas de leões-marinhos.
Cabo Polonio não passa de uma ponta rochosa que desponta no meio de uma longa faixa de dunas.
Ao lado do farol fica a reserva de lobos-marinhos. É interessante vê-los lá, expostos ao sol, preguiçosos, largadões e, vez ou outra, arrumando umas brigas por conta da demarcação de território.
A pousada La Perla del Cabo foi o lugar escolhido para passar a noite. O casarão a beira-mar todo em madeira é rústico, confortável e tem um restaurante que serve delícias do mar.
Terceira parada: Punta del Este
Deixando a tranquilidade e o clima “roots” para trás, Punta del Este é o contrário disso tudo.
Punta del Este é considerado um dos balneários mais chiques e luxuosos da América do Sul, rivalizando ou superando outros famosos, principalmente entre os brasileiros, como Búzios e Balneário Camboriú.
Cidade movimentada, centros de compras, mercados, diversos restaurantes, grandes hotéis e até cassino fazem de Punta del Este um lugar badalado para ver e ser visto.
Reza a lenda que o ex-casal Gerard Piqué e Shakira tinham casa por lá, assim como outros famosos como Ricky Martin, Julio Iglesias e Fernando Collor de Melo.
A cidade parece que dorme durante o dia, ou pelo menos desperta só depois das 2 da tarde. Fora da alta temporada (verão), a cidade é tranquila, pouco movimentada e com poucas opções de estabelecimentos comerciais abertos na parte da manhã.
Não era brincadeira a parte de que a cidade parece dormir durante o dia.
O que conhecer em Punta del Este e arredores
Entre Punta del Diablo e Punta del Este aproveite para conhecer La Paloma e Jose Ignacio e seus belos faróis à beira-mar.
Vá até La Barra e passe pela estranha e divertida ponte ondulada. Visite a famosa escultura “La Mano”, aquela mão que sai da areia da praia, ponto turístico icônico da cidade.
Jogue umas moedas no Enjoy Punta del Este Resort e Casino, conheça o Museu Rali e desfrute da noite e seus bares, pubs, boates e restaurantes.
Um dos principais atrativos da região é a famosa Casapueblo em Punta Ballena a 11 km de Punta del Este.
Para quem não ligou o nome ao lugar, Casapueblo é aquele casarão branco numa encosta à beira-mar que foi residência do pintor Carlos Páez Vilaró. Hoje a mansão funciona como galeria de arte, hotel e centro de visitação.
Veja aqui quanto custa e faça sua reserva para se hospedar na Casapueblo.
Quarta parada: Piriápolis
O caminho entre Punta del Este e Montevidéu é longo e tem algumas atrações no caminho, dentre elas está a cidade de Piriápolis, a 40 km de Punta del Este e a quase 100 km de Montevidéu.
Com hotéis velhos e enormes (a cidade abriga um dos maiores hostels do mundo com 240 quartos), Piriápolis parece parada no tempo, o que, inclusive, dá charme ao lugar.
Por lá você vai encontrar praia, marina, a vista da baía no Cerro Inglês e também um castelo.
O Castillo de Piria, foi mandado construir por Francisco Piria, fundador de Piriápolis e de várias outras cidades de boa parte da costa uruguaia.
Visitando o castelo, é possível ver móveis e objetos de uso próprio que ajudam a contar um pouco a história do fundador.
Na região, conheça Punta Colorada, Punta Negra e Playa Verde.
Conheça aqui os melhores spas para relaxar no Uruguai.
A capital Montevidéu – Quinta parada
A cidade, de 1,7 milhão de habitantes, não é tão conhecida pelos brasileiros como Buenos Aires. Mas, se vale a comparação, o trio Caminito-Obelisco-Puerto Madero equivale à grande rambla e ao Mercado del Puerto, no centro histórico da capital uruguaia.
Ninguém vai se arrepender de fazer esses programas super turísticos por lá. Mas, se você quiser uma atmosfera mais no estilo Palermo, vai encontrá-la em Pocitos. Pacato e residencial, o bairro tem lá a sua aura meio Palermo.
Pocitos, tem ruas paralelas e arborizadas e uma praia pra chamar de sua. É uma praia de rio, mas ainda sim uma praia. Tudo o que tem de moderno e descolado acontece em Pocitos.
Já em Villa del Cerro, a aura de velho povoado de imigrantes resiste ao tempo e às modernidades de outras partes da cidade.
No alto do Cerro Montevideo fica o Forte General Artigas e o Parque Vaz Ferreira, que são lugares com história e têm a melhor vista da cidade, tendo como visão ao fundo o Rio da Prata antes de desaguar no mar.
A Cidade Velha não é um lugar muito bom para se hospedar, mas é um charme caminhar por suas ruas durante o dia. É o lugar mais cheio de bossa de Montevidéu.
Clique na galeria para ver a imagem ampliada.
Por lá se juntam grupos (chamados de comparsas) de candombe, ritmo afro-uruguaio que é preservado pela população negra do país, descendente dos escravos que chegaram ao Uruguai na segunda metade do século 18.
São três tipos de tambor que contagiam os espectadores, que, na confusão que se forma, vão se mesclando às dançarinas no meio da rua.
Nessas aglomerações que se formam é sempre bom ter bastante cuidado com pertences e bolsos e mochilas.
Quando estive por lá, percebi um certo tumulto na parte dos fundos do Mercado del Puerto, um turista teve algum pertence furtado. Embora a capital uruguaia desfrute de boa segurança, batedores de carteira têm no mundo inteiro, por isso é bom ter cuidado.
Leia aqui um post completo sobre Montevidéu.
O que fazer em Montevidéu
- Mercado del Puerto
- Teatro Solis
- Letreiro de Montevidéu
- Palacio Salvo
- Puerta de la Ciudadela
- Estadio Centenario
- Feira de Tristán Narvaja
- Parque Rodó
- Fortaleza General Artigas
- Catedral Basílica da Imaculada Conceição
- Ciudad Vieja
- Museo Andes 1972
Clique em uma da imagens para ver ampliada.
Colonia del Sacramento – Sexta parada
Seguindo 180 Km adiante, nossa próxima parada foi em Colonia del Sacramento, cidade histórica que faz lembrar bastante Paraty, no Rio de Janeiro.
A semelhança tem explicação, Colonia teve períodos de colonização portuguesa e espanhola, que entre algumas batalhas assumiam o controle da cidade.
A cidade histórica, com casario antigo bem preservado e clima de interior, fica às margens do Rio da Prata e, na outra margem, fica a capital argentina, Buenos Aires.
Estando em Colonia ou em Buenos Aires, é possível atravessar o rio nos buquebus e conhecer a cidade do outro país, na outra margem do rio. A travessia leva apenas 50 minutos.
Caminhar sem pressa pelas ruas de pedra no centro histórico de Colonia é voltar no tempo.
Na Calle de los Suspiros, esse retorno ao passado se torna mais intenso. Piso irregular de pedras, casas muito antigas, janelas ovaladas e batentes de pedra formam o contexto do cenário.
Últimas paradas: Mercedes, Paysandú e Tacuarembó
Estrada tranquila, o último trecho no Uruguai, foi o mais longo da viagem dentro do país. Como a parada seria em Tacuarembó, fizemos rápidas incursões por Mercedes e Paysandú.
Mercedes, uma cidade com nome de mulher, tem belezas femininas: a avenida que beira o Rio Negro, a praça central, a Isla del Puerto, a basílica, a pinacoteca.
Em Paysandú uma parada rápida para o almoço e pé na estrada até chegar à cidade onde supostamente nasceu Carlos Gardel, Tacuarembó.
Nas estradas uruguaias você verá muitas vacas pelo caminho. O país, famoso, entre as coisas, pelo seu doce de leite e sua carne, tem rebanho superior a 12 milhões de cabeças, quase 4 vacas e bois por habitante.
Tacuarembó apareceu para o mundo com a morte de seu filho mais célebre, o cantor de tango Carlos Gardel, que, em uma de suas frases sobre o misterioso tema de seu nascimento, teria dito: “Nasci com 2 anos e meio em Buenos Aires”.
Além de promover Gardel (ou promover-se com Gardel), Tacuarembó se diz uma das capitais da cultura gaúcha.
O Museo Gardel fica fora da cidade, a 21 quilômetros, em Valle Edén.
Os especialistas alegam que Gardel teria nascido em Toulouse, na França, mas não queira discutir isso em Tacuarembó. A cidade teria entrado na equação justamente no dia do acidente aéreo que vitimou Gardel, na Colômbia, em 1935.
Junto ao corpo foi encontrado um documento que ligava o cantor à cidade. No acervo do museu, jornais, fotografias, letras de tango.
O museu em si vale pelo folclore,mas melhor que visitá-lo é encontrar algum fã do cantor pelas ruas e dele ouvir histórias. Em Tacuarembó, saber da vida de Gardel é como saber da vida do vizinho.
Com a viagem chegando ao fim, a fronteira mais próxima de Tacuarembó é em Santana do Livramento, pouco mais de 100 km à frente.
Onde se hospedar nas cidades uruguaias
Onde ficar em Cabo Polonio
A pousada La Perla del Cabo tem vista para o mar, água quente e luz elétrica (via gerador). Sua cozinha prepara frutos do mar e paellas de mariscos e pescados.
Onde ficar em Punta del Este
O Tas d’Viaje é um dos hostels mais bem localizados no balneário.
O Club Casapueblo, é a antiga mansão de Vilaró com jeitão de Santorini e é mais barato que você imagina
Onde ficar em Tacuarembó
O La Araucana tem chalés simples, mas bem honestos..
Onde ficar em Piriápolis
Quer se hospedar em um dos maiores hostels do mundo? Então aposte no limpo e organizado Hostel Piriápolis com seus 240 leitos.
Outra opção é o Hotel Boutique Bakari, com piscinas, jacuzzi, sauna e spa.
Onde ficar em Montevidéu
O Mercure em Punta Carretas, tem excelente localização e dá para fazer bastante coisa a pé.
Se quiser economizar, o El Viajero é uma boa pedida e tem quartos com banheiro privativo e tem também cama em alojamento..
Onde ficar em Colonia Del Sacramento
Instalada num casarão de 1860, a Posada Plaza Mayor fica a poucos metros do Rio da Prata.
Caso curta o clima e o preço de um hostel, a sugestão é o El Viajero. Não confunda, mas também tem a Posada El Viajero, um pouco mais calma.
Onde comer nas cidades uruguaias
Em Colonia del Sacramento, a pedida é a NAPO Pizza Napoletana. A pizza é deliciosa e fica pronta bem rápido. Aproveite o pôr-do-sol no La Torreón bebendo uma cerveja e comendo uma carne na brasa.
Em Montevidéu, um restaurante simples, pequeno, mas que serve uma carne deliciosa é o La Pulperia. Ele é muito pequeno, conta com duas ou três mesas do lado de dentro, mais algumas na calçada ou no balcão, de frente para a churrasqueira.
É claro que não dá para passar por Montevidéu sem comer no Mercado del Puerto, sente no balcão na Cabaña Veronica, peça uma cerveja Patricia, escolha a carne e veja ela sendo assada na sua frente.
Não deixe de provar no mercado as deliciosas empanadas Carolina, ou leve para viagem. São muitos sabores e sempre tem fila.
Ainda na pegada da parrilla uruguaia, desfrute do La Rueda em Tacuarembó.
Em Piriápolis, prove peixes e frutos do mar no El Viejo Drakar. Já em Punta del Este, continuando nos pescados, conheça a cozinha autoral do Lo de Tere.
Como chegar no Uruguai
De carro
No início deste artigo, eu citei as 5 cidades brasileiras que fazem fronteira com o Uruguai e que existem postos de imigração e alfândega.
A escolha por qual delas você vai entrar, vai depender de onde você está vindo e por qual cidade uruguaia pretende começar seu roteiro.
De avião
Latam, Gol, Azul e Jet Smart têm voos diretos para Montevidéu partindo de algumas cidades brasileiras.
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Documentos
Para entrar no Uruguai, você só precisa apresentar o RG, não é necessário o passaporte. Não são aceitas identidades funcionais, como CREA, COREN, OAB.
Se for dirigir, a CNH brasileira é aceita (mas ela não vale como documento de identidade).
IMPORTANTE: Se você entrar por via terrestre, não deixe de fazer imigração na fronteira. Como o fluxo de moradores entre as cidades de fronteira é grande, muitas vezes o agente faz “vista grossa”.
Se vier de carro próprio, basta trazer o documento. Se o carro com que pretende viajar for de terceiros ou de pessoa jurídica, é necessária uma autorização do proprietário com firma reconhecida e legalização por parte do Consulado do Uruguai.
Também é obrigatório providenciar em uma seguradora a chamada Carta Verde, um seguro que cobre danos pessoais e materiais causados a terceiros, válido nos países do Mercosul.
Também é importante providenciar um seguro viagem para o Uruguai, qualquer que seja seu meio de chegada ao país.
Alugar carro no Uruguai
Para alugar um carro no Uruguai é preciso ter a carteira de motorista do país de origem e idade mínima de 23 anos.
As locadoras uruguaias não permitem que o carro alugado saia do país, o que não acontece com as brasileiras.
Caso você chegue ao Uruguai de avião e queira alugar um carro, faça a cotação aqui.
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